A Polícia Civil prendeu, na manhã desta terça-feira (16), uma mulher de 29 anos, que não teve a identidade revelada, suspeita de ser a mandante do assassinato do empresário Estevão Neves Pinto, de 41 anos, executado no dia 5 de setembro em Castanhal, no nordeste do Pará.
A prisão ocorreu em João Pessoa, na Paraíba, em uma operação conjunta entre as Polícias Civis do Pará e da Paraíba, por meio da Delegacia de Crimes contra a Pessoa (DCCPES). A suspeita, que havia fugido do Pará, foi localizada no bairro de Miramar e conduzida à Central de Polícia, onde permanece à disposição da Justiça.
O crime, que chocou a população de Castanhal pela brutalidade, ocorreu na manhã do dia 5 de setembro, quando Estevão, dono de lojas de peças de motos e bicicletas, foi morto com um tiro na nuca em frente a um colégio no centro da cidade, na presença de suas filhas.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Homicídios de Castanhal, já resultou na prisão de dois outros suspeitos: Rafael Mota Ribeiro, apontado como mandante e sócio da vítima, e Matheus Lopes de Abreu, identificado como o atirador. Agora, a mulher detida na Paraíba é investigada como a responsável por encomendar o homicídio.
Detalhes da investigação
Segundo a Polícia Civil, a suspeita teria fornecido uma arma de fogo e uma motocicleta ao atirador, contratado para executar o crime. O executor, Matheus Lopes de Abreu, preso em Santa Maria do Pará enquanto tentava fugir para São Paulo, confessou sua participação e apontou a mulher como a mandante.
“A integração entre as Polícias Civis da Paraíba e do Pará possibilitou a localização da investigada, que havia fugido do Estado de origem”, informou a PC da Paraíba em nota. O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 1ª Vara Criminal de Castanhal.
Como já havia sido noticiado, a investigação revelou que o crime foi motivado por uma dívida de aproximadamente R$ 12 mil entre Estevão e Rafael Mota Ribeiro, que era sócio e considerado amigo da vítima.
Segundo o delegado Pedro Rocha, titular da Delegacia de Homicídios de Castanhal, Rafael não apenas planejou o assassinato, mas também participou ativamente, fornecendo a motocicleta usada no crime e ajudando na fuga dos executores para Benevides. “O atirador informou que Rafael conduziu o veículo que os transportou após o homicídio, saindo da moto para um carro”, detalhou Rocha em coletiva de imprensa no último dia 12.
Câmeras de segurança foram cruciais para identificar os envolvidos. As imagens registraram o veículo usado no crime saindo da residência de Rafael, o que levou à prisão do atirador e à confirmação da participação do suposto mandante. A polícia também identificou o condutor da motocicleta, que segue foragido, e continua investigando a possível participação de outra pessoa, sem divulgar detalhes para não comprometer o inquérito.
Impacto e posicionamento da defesa
A morte de Estevão Neves Pinto, uma figura conhecida em Castanhal por seu trabalho no setor de peças para motocicletas, gerou grande comoção na cidade. A frieza do crime, cometido na frente das filhas da vítima, e a traição de Rafael, que, segundo informações, chegou a chorar no velório para despistar suspeitas, chocaram a família da vítima. Nas redes sociais, moradores pedem justiça e apoio à família do empresário.
Os advogados criminalistas Anderson Alves e Lucas Sá, que representam Rafael Mota Ribeiro, emitiram uma nota sobre o caso. “A defesa do investigado Rafael Mota Ribeiro esclarece que já solicitou à Polícia Civil o acesso completo ao inquérito policial, a fim de tomar conhecimento da íntegra das investigações. A partir desse acesso, será possível prestar esclarecimentos mais detalhados sobre o caso”, comunicaram.
Cooperação interestadual e próximos passos
A prisão da mulher na Paraíba destaca a importância da cooperação entre as forças policiais de diferentes estados. “A Polícia Civil da Paraíba reafirma seu compromisso com a cooperação interestadual e o enfrentamento aos crimes contra a vida, assegurando uma resposta rápida e eficiente para garantir justiça às vítimas e segurança à sociedade”, afirmou a instituição.
A suspeita, assim como Rafael e Matheus, deve responder por homicídio qualificado, com a possibilidade de outras acusações conforme o avanço das investigações.
A Polícia Civil do Pará segue mobilizada para localizar o condutor da motocicleta e outros possíveis envolvidos. Perícias estão sendo realizadas para consolidar as provas, e testemunhas serão ouvidas para esclarecer todos os detalhes da trama criminosa.
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