Dois presos na Operação Rejeito foram indicados por Silveira

Duas pessoas presas na Operação Rejeito, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na 4ª feira (17.set.2025), foram indicadas para cargos públicos pelo ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira (PSD). A investigação indica fraudes em licenças ambientais por meio do pagamento de propinas a agentes públicos.

Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da Polícia Federal, assumiu o cargo de Diretor de Administração e Finanças na CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais —nome fantasia SGB, Serviço Geológico do Brasil), vinculado à pasta. O advogado Caio Mário Trivellato Seabra Filho foi indicado para a ANM (Agência Nacional de Mineração), onde ocupa o cargo de diretor.

Silveira não é citado nas representações da PF nem nas decisões judiciais relacionadas à operação.

Em nota, o MME afirmou que as indicações para cargos de direção em instituições vinculadas são formalizadas pela pasta, mas passam por processo de avaliação e governança conduzido de forma independente por entes externos.

O ministro também recebeu R$ 100 mil em doação eleitoral de João Alberto Lages, ex-deputado estadual por Minas Gerais, durante sua campanha ao Senado em 2022. Lages também foi preso preventivamente na 4ª.

Segundo a investigação, ele atuava como articulador político do esquema, coordenando pagamentos de propina, manipulação normativa e interlocução com funcionários públicos e lobistas.

Em notas oficiais enviado ao Poder360, a ANM e o SGB disseram respeitar a legalidade e a transparência. A ANM afirmou que tomou conhecimento da operação pela imprensa e que não houve comunicação formal sobre medidas envolvendo funcionários ou dirigentes.

Agência Nacional de Mineração (ANM) tomou conhecimento, pela imprensa, de operação da Polícia Federal realizada nesta quarta-feira (17). Até o momento, não houve comunicação oficial à Agência sobre eventuais medidas envolvendo servidores ou dirigentes. A ANM reitera seu compromisso com a legalidade, a transparência e a colaboração com as autoridades, sempre que formalmente demandada, observando o devido processo legal e a continuidade dos serviços regulatórios.”

O SGB informou que “os fatos investigados ocorreram antes do ingresso de Rodrigo Teixeira na empresa e que a estatal pauta sua atuação pela ética, legalidade e transparência, assegurando a continuidade de seus serviços”.

O Poder360 tentou entrar em contato com João Alberto Lages, mas não teve sucesso em encontrar um telefone ou e-mail válido para informar sobre o conteúdo desta reportagem. Este jornal digital seguirá tentando fazer contato e o texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada.