Escolas estaduais de Tailândia estão sem aula: pais e alunos revoltados

Pais e alunos de duas escolas estaduais de ensino médio no município de Tailândia, no Pará, denunciam que centenas de estudantes estão sem aulas presenciais desde o início de agosto, recebendo apenas tarefas para realizar em casa. A medida afeta especialmente os alunos do 1º e 2º anos do ensino médio nas unidades E.E.M. Delcimar Alves da Silva e E.E.M. São Francisco de Assis, enquanto o 3º ano segue com aulas normais. A Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc-PA) ainda não se pronunciou sobre o caso.

De acordo com as denúncias, o problema surgiu após o término dos contratos de profissionais responsáveis pela merenda escolar e pela limpeza das unidades. Para contornar a falta de mão de obra, as escolas optaram por reduzir o número de alunos presentes, priorizando apenas o último ano do ensino médio, que está em fase preparatória para o Enem.

Estudantes de áreas urbanas e rurais, muitos dos quais dependem de transporte escolar para longas distâncias, são os mais prejudicados. Pais e alunos temem que o prejuízo se estenda até o fim do ano letivo de 2025, comprometendo o rendimento acadêmico e a formação dos jovens.

Uma aluna relatou a gravidade da situação: “É por falta de funcionários, não tem merendeira, nem faxineira, aí não tem como os alunos ficarem lá, sem merenda, pq muita gente vem de ônibus escolar, de longe pra estudar, acordam 3h ou 4 horas da madrugada, algumas pessoas ficam até mais tarde um pouquinho até meio dia, 1 hr, 2 hr, 3 hr da tarde dependendo da hr q o transporte chega para buscar, e tem algumas pessoas que chega em casa sem comer nd, pq nem todo mundo leva dinheiro pra compra merenda dentro da escola!“.

A estudante destacou o impacto diário na rotina dos alunos, muitos dos quais viajam horas para chegar à escola e enfrentam fome ao retornar para casa. Centenas de jovens, vindos de comunidades rurais distantes, estão sendo diretamente afetados, com aulas substituídas por atividades remotas que, segundo os familiares, não substituem a interação em sala de aula.

Nas redes sociais, o descontentamento ganhou eco. Em postagens recentes no X (antigo Twitter), alunos e pais apelam diretamente ao governador Helder Barbalho por uma solução urgente. Uma usuária, identificada como @Angela02316159, publicou no dia 19 de agosto: “Escola são Francisco de Assis Tailândia pará estamos sem aulas, com medo de sermos prejudicados por falta de serventes e merendeiras por favor meu governador faça alguma coisa por nós @helderbarbalho @GovernoPara“. Ela repetiu o apelo em outra publicação no mesmo dia, reforçando o pedido de socorro.

A denúncia expõe fragilidades no sistema educacional público do Pará, especialmente em municípios do interior como Tailândia, onde a logística e os recursos são limitados. Interrupções prolongadas como essa podem agravar o abandono escolar e as desigualdades regionais, já que alunos rurais enfrentam barreiras adicionais de acesso.

Até o momento, a Seduc não se posicionou sobre a falta de aula em Tailândia. Os pais estão cobrando a contratação imediata de profissionais e a normalização das aulas para todos os anos. A comunidade escolar está revoltada com a falta de cuidado com a educação no município.

O caso reforça a necessidade de investimentos urgentes na infraestrutura escolar paraense, garantindo que o direito à educação, previsto na Constituição, não seja comprometido por falhas administrativas. A reportagem segue acompanhando os desdobramentos.

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