Moraes retira GSI da escolta de Bolsonaro e delega transporte à PF e Polícia Penal

Decisão foi tomada após confusão em deslocamento para hospital em Brasília; ministro aponta necessidade de padronização da segurança

Por Sandra Venancio – Foto Fabio Rodrigues Pozzebom/Agencia Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que todos os deslocamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), atualmente em prisão domiciliar, sejam feitos exclusivamente pela Polícia Federal (PF) ou pela Polícia Penal do Distrito Federal. A decisão, publicada nesta quarta-feira (17), proíbe a participação de agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) nas escoltas, que deverão continuar apenas na proteção dos familiares.

>> Siga o canal do Jornal Local no WhatsApp

A medida foi motivada por irregularidades no último domingo (14), quando Bolsonaro deixou sua residência para realizar um procedimento médico em um hospital particular de Brasília. Apesar da autorização judicial para que retornasse imediatamente após o atendimento, o ex-presidente permaneceu na porta do hospital enquanto seu médico concedia entrevista à imprensa, sendo aplaudido por apoiadores que se aglomeraram no local.

Nos esclarecimentos enviados a Moraes, a Polícia Penal afirmou que a logística do transporte foi organizada pelo GSI, com apoio da corporação e de agentes da PF. O ministro considerou a prática inadequada, apontando falhas na execução da segurança.

“A necessidade de padronização dos deslocamentos, da segurança do custodiado e da garantia da ordem pública exige maior rigor, para evitar problemas como o ocorrido no último domingo”, destacou Moraes na decisão.

De acordo com o magistrado, a situação expôs Bolsonaro a riscos desnecessários, já que o embarque e desembarque foram feitos em área aberta e com grande concentração de pessoas. A partir de agora, caberá apenas à PF ou à Polícia Penal coordenar e executar a logística dos deslocamentos do ex-presidente.