Ministro da Saúde poderá participar da Assembleia-Geral da ONU, mas ficará limitado a circular em um raio de cinco quarteirões
Por Sandra Venancio – Foto Marcelo Camargo/Agencia Brasil
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu autorização para entrar nos Estados Unidos e participar da Assembleia-Geral da ONU, em setembro, mas sob condições rígidas impostas pelo governo do presidente Donald Trump. Segundo informou a Folha de S.Paulo, o visto foi concedido com restrições de mobilidade em Nova York, que se aplicam também aos familiares que o acompanham.
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De acordo com a notificação enviada ao Itamaraty, Padilha só poderá circular em um perímetro de cinco quarteirões ao redor do hotel em que estiver hospedado. Os deslocamentos autorizados incluem apenas a sede da ONU, a missão diplomática do Brasil junto à organização e a residência oficial do representante brasileiro.
A decisão ocorre após episódios de tensão. No mês passado, Trump havia revogado o visto do ministro, de sua esposa e de sua filha, em represália à atuação de Padilha na criação do Mais Médicos, ainda no governo Dilma Rousseff. Como o documento do ministro já estava vencido desde 2024, a medida o impediu de solicitar nova entrada nos EUA naquele momento.
No dia 19 de agosto, o governo brasileiro formalizou novo pedido de visto para permitir que o ministro participasse de compromissos internacionais. Além do debate geral da ONU, Padilha está escalado para representar o país em uma reunião da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), marcada para 29 de setembro, em Washington.
A decisão de Washington é vista como um gesto de cooperação mínima, mas também de pressão diplomática, evidenciando o desgaste nas relações entre os dois governos.