Delegações de diversos países, incluindo a brasileira, deixaram o plenário da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta 6ª feira (26.set.2025) em protesto contra o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), durante a 80ª Assembleia Geral, em Nova York. O gesto se deu no momento em que o líder israelense subiu no púlpito para falar aos chefes de Estado e chanceleres presentes.
A saída coletiva pode ser interpretada como uma demonstração de repúdio às ações de Israel na Faixa de Gaza e ao crescente isolamento diplomático diante da guerra, que já dura 2 anos e deixou mais de 200 mil palestinos mortos. A delegação dos Estados Unidos permaneceu no plenário.
Assista ao momento (2min1s):
A 80ª Assembleia Geral reuniu líderes mundiais e tem como um dos temas centrais o reconhecimento do Estado da Palestina e a defesa da solução de 2 Estados com Israel. Na 2ª feira (22.set), França, Luxemburgo, Malta, Mônaco, Andorra e Bélgica reconheceram formalmente o Estado da Palestina.
Eles se juntam a Canadá, Austrália e Portugal, assim como ao Reino Unido, que anunciou seu reconhecimento no domingo (21.set). Agora, ao todo, 159 países reconhecem a soberania palestina.
Durante seu discurso, Netanyahu defendeu a atuação militar de Israel, acusou o Hamas de usar a população de Gaza como “escudo humano” e criticou países que, segundo ele, “fecham os olhos para o terrorismo”. O premiê não mencionou diretamente o protesto, mas afirmou que Israel “não será intimidado por gestos vazios ou condenações políticas”. Também declarou que “os palestinos não acreditam na solução de dois Estados”.
Na 5ª feira (25.set), o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, fez seu discurso transmitido por vídeo, depois do governo dos EUA negar seu visto para entrar no país, Abbas reiterou acusações contra Israel por “genocídio” e “crimes contra a humanidade” em Gaza, denunciando o cerco imposto ao território, o ataque a locais religiosos como mesquitas e igrejas e a expansão de assentamentos considerados ilegais na Cisjordânia. A delegação israelense não estava presente durante o discurso de Abbas.