Encontro entre Lula e Trump na ONU foi articulado em reuniões secretas

Negociações envolveram Alckmin, Mauro Vieira e enviados dos EUA; aproximação ocorreu em meio a tensões comerciais

Por Sandra VenancioFoto: Mark Garten / ONU/ Fotos Públicas

Governos do Brasil e dos Estados Unidos mantiveram tratativas reservadas e reuniões sigilosas que resultaram no primeiro encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Donald Trump. A reunião ocorreu na Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, na última terça-feira (23), segundo revelohttps://x.com/ribeirotrilhas/status/1970531729640136889u o Estadão.

As negociações envolveram diretamente o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro das Relações Exteriores Mauro Vieira, o representante comercial dos EUA Jamieson Greer e o enviado especial Richard Grenell. As conversas se deram em videoconferências e encontros fora das agendas oficiais, sem divulgação pública.

No dia 11 de setembro, Alckmin dialogou com Greer, enquanto o Supremo Tribunal Federal julgava o ex-presidente Jair Bolsonaro. Poucos dias depois, em 15 de setembro, Vieira se reuniu no Rio de Janeiro com Grenell. Esses movimentos ocorreram em meio às tensões bilaterais provocadas pelo tarifaço de até 50% imposto por Washington a produtos brasileiros.

A operação diplomática tinha como objetivo sinalizar abertura política para que Lula e Trump pudessem se aproximar durante a cúpula da ONU. Embora houvesse incerteza até o último momento, os cerimoniais não criaram barreiras para que o encontro ocorresse nos bastidores.

No dia marcado, Trump assistiu ao discurso de Lula no plenário e foi registrado por fotógrafos da ONU acompanhando as falas do petista. Mais tarde, os dois se cruzaram em uma sala reservada a chefes de Estado.

Procurados, o Itamaraty e o Ministério da Indústria não comentaram as tratativas, enquanto a Casa Branca e o escritório do Representante Comercial dos EUA também não responderam aos questionamentos.