Isolado, Netanyahu critica países que reconheceram Palestina

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Likud, direita), criticou na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta 6ª feira (26.set.25) em Nova York, os países que reconheceram o Estado palestino durante o evento. Chamou a ação de antissemita e disse que a mensagem passada pelos líderes que o fizeram é de que “matar judeus vale a pena”.

“O mundo não se lembra mais de 7 de Outubro, mas Israel se lembra”, afirmou Netanyahu.

O premiê israelense também usou o discurso para reforçar sua retórica contra o Hamas. Afirmou que “Israel precisa acabar com o trabalho” iniciado depois dos ataques de 7 de outubro de 2023.

Também pediu a libertação imediata dos quase 50 reféns que ainda estão sob controle do Hamas, citando-os nominalmente. Netanyahu usou parte do discurso para falar diretamente aos reféns, por meio de alto-falantes posicionados pelo Exército israelense ao longo da Faixa de Gaza, e afirmou que levará “todos para casa”.

Também se referiu diretamente ao Hamas, pedindo para que o grupo se desarme: “Se o fizerem, viverão; se não, Israel caçará vocês”. O primeiro-ministro disse que o cessar-fogo poderia ser alcançado se o Hamas aceitasse as condições impostas por seu país.

O primeiro-ministro rebateu ainda as acusações de genocídio na condução da ofensiva pelo Exército israelense em Gaza, citando esforços para minimizar os efeitos do conflito sobre a população do território.“Um país cometendo genocídio avisaria-os para sair? Os nazistas pediram para os judeus saírem? Claro que não”, declarou.

Netanyahu acusou o Hamas de utilizar civis “como escudo” e “roubar as toneladas de alimentos” enviados pelo país à região. Em agosto de 2025, a ONU constatou que mais de 500.000 pessoas em Gaza estão passando fome.

Netanyahu falou por quase 40 minutos –bem mais que os 15 minutos recomendados pela ONU. Quando ele tomou o púlpito, delegações de diversos países deixaram a sala em protesto. A brasileira foi uma delas.