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Dez meses depois de tomar posse, o prefeito Igor Normando (MDB) mantém as obras de macrodrenagem da bacia do Mata Fome paralisadas. O projeto é estratégico para os bairros do Tapanã, Parque Verde, Pratinha e São Clemente, áreas que convivem há décadas com alagamentos crônicos e falta de infraestrutura básica.
O mais grave é que os recursos estão garantidos, viabilizados pelo ex-prefeito Edmilson: R$ 300 milhões de crédito do Fundo Financeiro para o Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata), destinados à macrodrenagem em si, e quase R$ 144 milhões do PAC Seleções, programa do governo Lula, para obras complementares, como a construção de 208 unidades habitacionais, pavimentação de vias, estação de tratamento de esgoto e regularização fundiária no bairro da Pratinha, em Icoaraci.
Ou seja, o que está em jogo não é a ausência de verba, mas sim a ausência de vontade política. O coletivo “Tapanã em Movimento”, formado por moradores diretamente afetados, cobra desde o início do ano uma resposta da Prefeitura de Belém. Ao questionar nas redes sociais de Igor Normando, receberam de sua equipe a resposta de que os trabalhos começariam no segundo semestre de 2025. “Mas até agora, nada mudou no bairro: nenhuma máquina, nenhum operário, nenhum sinal de obra. Apenas promessas vazias“, dizem.
Vale lembrar que as obras do Programa de Macrodrenagem do Mata Fome foram efetivamente iniciadas em julho de 2024, na gestão do ex-prefeito Edmilson Rodrigues, com serviços de drenagem e pavimentação no Conjunto Antônio Gueiros e nas comunidades Bom Jesus, Parque Verde, Novo Milênio e São Gaspar.
“No início do ano a desculpa era o inverno, fizemos a denuncia e a prefeitura prometeu a retomada das obras, que ela mesma paralisou, para o segundo semestre de 2025. Chegou o verão e nada foi feito, vai chegar o inverno novamente e as desculpas vão continuar. Outubro chegou e é Cirio outra vez, jaja é novembro e logo em seguida vem as festas de fim de ano. Junto com todo esse período vem também o inverno amazônico, as chuvas intensas e mais uma vez o sofrimento, a tristeza e a angústia voltam a fazer parte da vida do povo trabalhador do bairro do Tapanã”, diz o movimento.
E aí surge a pergunta inevitável: o que explica essa paralisia? Será pura incompetência administrativa de um governo que não consegue dar continuidade ao que já estava andando? Será má fé, para apagar o legado do antecessor e “rebatizar” o projeto como obra própria? Falta de planejamento? Desinteresse político? Ou, pior, interesses escusos que mantêm uma população inteira refém da lama e dos alagamentos?
Enquanto isso, milhares de moradores seguem abandonados. Prestes a completar 1 ano de sua gestão, Igor Normando já conquista, em tempo recorde, o título de pior prefeito de Belém, confirmando seu papel de “marionete“. Sua gestão tem se resumido a desmontar políticas públicas, terceirizar responsabilidades e entregar a cidade aos interesses privados, drenando o orçamento que deveria servir para garantir dignidade aos que mais precisam.
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