União Brasil só afasta Celso Sabino e inicia processo de expulsão

A Executiva Nacional do União Brasil decidiu, nesta 4ª feira (8.out.2025), pelo afastamento imediato do ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), de suas funções na Executiva e no Diretório Nacional. A reunião também aprovou a intervenção no diretório estadual do Pará, sob comando de Sabino.

Foi aberto um processo de expulsão encaminhado ao Conselho de Ética, que terá 60 dias para deliberar e devolver o parecer à Executiva do partido. Até lá, Sabino segue filiado à legenda, mas sem poder de atuação interna. Caso está relacionado ao desembarque do partido e do Progressistas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

As medidas tomadas hoje contra Sabino tem efeito limitado para a vida política do ministro: ele continuará no cargo e, mais adiante, pode até ficar no União Brasil ou buscar outra legenda para se candidatar a algum cargo em 2026.

O ministro havia colocado o cargo à disposição em setembro, mas aceitou o pedido de Lula para permanecer na função até concluir entregas ligadas à COP30, marcada para Belém em 2025.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), falou mais cedo que a posição de Sabino representa uma “deformidade da política nacional“.

Sabino, por sua vez, tem dito que permanecerá no governo a pedido do presidente Lula e que considera “injusto” o processo aberto pelo partido. Segundo ele, a proximidade da COP30, que será realizada em Belém em novembro, torna inoportuna qualquer mudança no comando do Turismo. “Nós estamos a 30 dias da realização da COP30, a maior reunião diplomática que existe no planeta. Eu não vejo como oportuno que a gente tenha uma interrupção no trabalho que vem sendo feito”, afirmou.

ENTENDA

Em setembro, o União Brasil e o Progressistas anunciaram a saída da base do governo Lula. Com isso, pediram que todos os filiados deixassem os cargos, com risco de punições caso contrário.

A Federação UPb (União Progressista) tem a maior bancada do legislativo e deve intensificar os trabalhos com a base da oposição do governo de Lula. Ao todo, são 109 deputados e 14 senadores.

Com o desembarque, o ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA) também deveria deixar o cargo, mas resistiu e ficou no governo. Nesta 4ª feira (8.out), ele também foi só afastado das decisões partidárias e do cargo de vice-presidente nacional da legenda por descumprir as ordens partidárias.